A posição foi transmitida aos jornalistas após uma audiência de quase uma hora entre Paulo Portas e o Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, no âmbito de uma visita que o vice-primeiro-ministro português está a realizar em Luanda. ."Eu serei naturalmente discreto sobre essa matéria, mas sempre poderei adiantar que os reguladores de Angola e de Portugal têm trabalhado conjuntamente e eu confio nas medidas de estabilização que saberão encontrar", referiu Paulo Portas, questionado pelos jornalistas sobre os problemas no grupo..Embora sem adiantar o teor da conversa com José Eduardo dos Santos ou a solução técnica para o caso, Paulo Portas - que está em Angola para a abertura da Feira Internacional de Luanda (FILDA) - disse apenas entender que a articulação em curso é um "sinal de confiança"..Na quinta-feira passada, o Governador do Banco Nacional de Angola (BNA) admitiu existir um "problema" na carteira de crédito do BESA, perspetivando a necessidade de um reforço de capitais.."Há um problema nesta altura identificado com a qualidade da carteira de crédito do Banco Espírito Santo [Angola]. Temos operações em situação irregular, operações de crédito malparado", disse José de Lima Massano..O Governador foi questionado pelos deputados da oposição sobre os relatos de um volume de crédito malparado naquele banco que poderia atingir os 5,7 milhões de dólares (4,1 milhões de euros) e que terá sido alvo de cobertura parcial por uma garantia soberana do Estado angolano..O Governador do BNA explicou que a instituição está a ultimar a conclusão de uma avaliação à situação daquele banco, mas admitiu um cenário de "reforço dos capitais por parte dessa instituição", entre outras "recomendações" do regulador angolano para "mitigar as irregularidades e inconformidades detetadas" no BESA.."Não está em causa nem a garantia dos depósitos constituídos junto do BESA nem as responsabilidades que esse banco tem perante terceiros. E muito menos a estabilidade do nosso sistema financeiro", disse Massano..O Banco Espírito Santo detém 55,71 por cento do BES Angola, instituição bancária que segundo o próprio regulador angolano apresenta problemas na carteira de crédito.